sábado, 12 de maio de 2012

AuldLangSyne & Moments of Falling Petals on Le Son Du Grisli

Olaf Rupp - AuldLangSyne

Sur AuldLangSyne, la guitare peut-être électrique ou acoustique. Sur AuldLangSyne, les morceaux peuvent durent de deux à vingt minutes. Sur AudLangSyne, c’est toujours Olaf Rupp que l’on entend. Il passe le temps en accoucheur de merveilles.

AuldLangSyne est un disque aux multiples facettes que Rupp a enregistré en 2010 à Berlin. Il peut recéler de sons peu ordinaires sous l’agitation d’un ustensile (une baguette de bois, par exemple), assister au combat d’arpèges ou d’accords grattés au médiator, broyer des notes noires, jouer sur les volumes, avec un feedback ou toutes les techniques étendues d’hier et d’aujourd’hui.

Une chose égale la dextérité d’Olaf Rupp : son imagination. J’en ai fait le constat à chacune de mes écoutes d’AuldLangSyne, qui ont été nombreuses car l’objet est plus qu’originale, il prend de la place. Pour sa qualité et pour ne pas pouvoir le ranger sans qu’on le voie encore, on est obligé d’y revenir. Et on ne le regrette jamais. 

par Héctor Cabrero

Tetuzi Akiyama, Leonel Kaplan & Edén Carrasco - Moments of Falling Petals

La rencontre, enregistrée en concert, est celle du guitariste Tetuzi Akiyama, du saxophoniste Eden Carrasco et du trompettiste Leonel Kaplan. Moments of Falling Petals est le nom qui lui a été donné à l’occasion de son passage sur disque – première référence de l’étiquette Dromos. L’improvisation est faite d’interventions en perte de vitesse toujours, mais qui se régénèrent : d’un trio de cordes pincées en égrenage de cordes au médiator, la guitare est l’instrument qui découpe et donne à la musique des formes dans lesquelles on peut voir la silhouette de Bailey ou la main de Satie. L’exercice d’Akiyama, Carraso et Kaplan est celui de souvenirs et d’influences en commun.

 par  Guillaume Belhomme




quinta-feira, 3 de maio de 2012

Falaise in Bodyspace

Pedro Sousa & Hernâni Faustino / Heddy Boubaker & Hernâni Faustino Falaise / Domino Doubles

O contrabaixista Hernâni Faustino é um dos eixos do RED Trio. O grupo de Faustino, Gabriel Ferrandini (bateria) e Rodrigo Pinheiro (piano) conseguiu afirmar-se solidamente como um dos mais excitantes grupos do jazz criativo dos últimos anos e além de ter definido um som próprio – herdeiro do jazz mas aberto a contaminações, democrático e original – o trio luso mostrou-se exímio na colaboração com nomes grandes da cena mundial, como aconteceu com o saxofonista John Butcher (cf. Empire) ou com o trompetista Nate Wooley (cf. o recente Stem). Fora do contexto do trio o contrabaixista apresenta agora dois trabalhos, ambos em duo, onde o seu instrumento resolve confrontar saxofones.

Em Falaise, uma edição da lusa Dromos Recordings, o contrabaixo de Faustino enfrenta o saxofone tenor de Pedro Sousa – membro dos grupos ACRE, Canzana, eitr e, sobretudo, Pão (atenção ao novíssimo disco homónimo, edição Sshpuma). Sousa e Faustino desenvolvem um diálogo improvisado áspero, revelando uma enorme urgência, numa estratégia de choque constante. Ambos os músicos servem-se de recursos menos típicos – sons da respiração, uso percussivo das chaves, no caso do saxofone; utilização original do pizzicato e do arco, no caso do contrabaixo. Em qualquer dos casos, os músicos procuram os sons que façam a música evoluir e, sendo o caminho por vezes radical, interessa mais que tudo o resultado final – os processos ou pormenores fazem parte do percurso. Urgente, ainda que não sempre bruta, a música da dupla Sousa/Faustino é intensamente acesa ao longo das suas quatro peças.

Domino Doubles, edição da label turca re:konstruKt, mostra Faustino na companhia dos saxofones de Heddy Boubaker. Com o multi-instrumentista francês Faustino serve-se da uma estratégia comunicante - semelhante ao disco anterior, mas com resultados distintos. Sendo também um diálogo improvisado, este revela uma maior contenção e tranquilidade – contrastando com a postura predominantemente agreste de Falaise. Esta será uma música aberta, mais ampla, mais espaçosa, mais madura - mas também menos incendiária. Importa sobretudo registar que, independentemente do contexto, podemos contar com um Faustino incessantemente imaginativo.


- Nuno Catarino in Bodyspace